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sábado, 28 de dezembro de 2013

350 Familias Ocupam o Cine Marrocos



Cerca de 350 sem-teto estão acampados em 160 barracas, em frente à prefeitura, segundo contagem feita pela Guarda Civil Metropolitana, que acompanha o ato. Os manifestantes, que estão desde o útimo domingo (15/12) na calçada do Viaduto do Chá, pedem o religamento da energia elétrica do Cine Marrocos, cortada há 20 dias pela Prefeitura. O prédio, ocupado no início de novembro, abriga 350 famílias, um total de 900 pessoas,informou a coordenadoria do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTS). Localizado no centro, o imóvel tem 12 andares e quatro torres. Com a falta de energia elétrica, os moradores estão também sem água, já que o bombeamento hidráulico depende de energia. A Secretaria Municipal de Habitação informou que o corte de energia foi uma medida preventiva,por causa da precária situação do imóvel. “O prédio do Cine Marrocos encontra-se em péssimo estado de conservação, inclusive a rede elétrica. Por isso, a energia elétrica foi interrompida como medida de proteção, para não pôr em risco aqueles que ali estão”, diz nota da secretaria. O coordenador-geral do MTST, Vladimir Cordeiro Brito, discorda. “No prédio não tem gato [ligação irregular], nem fiação exposta”, disse ele. Segundo Brito, quando as famílias ocuparam o local, a energia já funcionava normalmente. Ele informou que os ocupantes concordam em pagar a despesa e só não fizeram isso antes porque não receberam as contas. “Podem mandar a conta de água e a de luz, que reunimos todos os moradores e pagamos. Em todas as outras ocupações, nós pagamos”, garantiu Brito. O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou ser insegura a ocupação do Movimento dos Sem-Teto do Sacomã (MSTS) no antigo Cine Marrocos, na região central da capital paulista. Após a energia elétrica ser cortada no local, cerca de 50 barracas foram montadas na frente da Prefeitura, no Viaduto do Chá, anteontem. "É a terceira vez que eles fazem esse
  acampamento", disse Haddad. "Nós não temos como mantê-los ali (no Cine Marrocos). Primeiro, o equipamento é da (Secretaria Municipal da) Educação. Segundo, está totalmente inseguro. Toda a parte elétrica e hidráulica é completamente inapropriada e não se presta a habitação social." Os manifestantes prometem permanecer acampados até que a energia seja restabelecida. A Guarda Civil acompanha o ato. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, o grupo acampado é o mesmo que, na madrugada do dia 10, fez um protesto na frente do prédio onde mora o prefeito, no Paraíso, na zona sul. Na ocasião, eles exigiam que um integrante do grupo fosse libertado da prisão. Ele havia sido detido por furtar energia para o prédio do Cine Marrocos. Publicado pela folha de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Habitação, o prédio foi desapropriado e recebeu decreto de utilidade pública. O imóvel seria destinado à Secretaria Municipal de Educação para funcionar como uma nova sede ou equipamento público. No entanto, Vladimir afirma que o local teria mais utilidade se fosse destinado à habitação popular. “A procura por moradia em São Paulo é grande. A maioria dessas pessoas [da ocupação Cine Marrocos], ou estava na rua, ou estava em albergue, ou morando de favor, ou embaixo da ponte. Quando ocupamos o prédio, havia 60 famílias, agora a fila de espera está com 1,2 mil pessoas.”
  A reportagem da Agência Brasil visitou o prédio e verificou a presença, entre os ocupantes, de famílias de várias nacionalidades, como peruanas, nigerianas e angolanas. Os moradores se organizam para manter uma certa ordem: contam com porteiro e faxineiro para as áreas comuns e cada família desembolsa em torno de R$ 60 por mês. O movimento também consertou dois elevadores para facilitar a acessibilidade de pessoas com problemas de saúde. A artesã Márcia Alípio, de 48 anos, mora no Cine Marrocos com o filho de 28 anos, que sofre de esquizofrenia. Ela fez de sua casa um local de trabalho. No pequeno cômodo, ela faz vestidos de festa e de noiva e, com isso, tem rendimento mensal de R$ 700. “Agora estou com as entregas atrasadas, porque estamos sem luz”, lamentou. Catador de material reciclável, Luís José da Silva é pai de 12 filhos e morava na rua, quando conheceu o MTST. Ele se juntou ao movimento em uma ocupação em Heliópolis, na zona sul de São Paulo. Silva reclamou do corte de energia, dizendo que não há risco de incêndio no prédio. “Não tem nada disso, eles estão mentindo. A fiação está perfeita, está do jeito que eles deixaram lá.” O garçom Alexandre Henrique da Silva, de 28 anos, mora com a mãe no prédio ocupado. Ele também disse que não problema com a fiação do prédio. “Não fizeram gato lá, porque, quando eu cheguei a essa ocupação – e eu estou desde o começo – já tinha energia lá.” Jair Ribeiro (Juquinha)

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