O deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL à
Presidência da República, parece ter um problema com pessoas vivas. A julgar
por suas propostas – da violência urbana ao saneamento básico, passando pela
miséria – o discurso do parlamentar costuma envolver soluções que possam provocar
a morte de seres humanos ou evitar que eles nasçam.
Bolsonaro tem também uma obsessão antiga com a proposta de
impedir que pessoas pobres tenham filhos. Essa é sua solução para problemas
como a miséria e para impedir que programas sociais como o Bolsa Família
“engordem”.
Um dos vários filhos políticos de Bolsonaro, Carlos, que é
vereador no Rio de Janeiro, foi ainda mais claro. “Condicionar o Bolsa Família
às cirurgias de laqueadura e vasectomia é estancar a ferida econômica e ainda
combater a miséria e a violência”, escreveu ele no Twitter, em 2014. Na
sequência, Carlos Bolsonaro apagou seu comentário, mas o pequeno texto serviu
para demonstrar o pensamento da família.
Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2015 colocou essa ideia
cretina por terra.
Entre 2003 e 2013, mostrou a pesquisa, o número de filhos
de até 14 anos caiu 10,7% no Brasil, sendo que no recorte das famílias que
estão entre os 20% mais pobres, justamente os que podem pleitear o Bolsa
Família, a queda foi de 15,7%. No Nordeste, região com diversos bolsões de
pobreza e miséria, a queda no número de filhos foi de 26,4%.
Mais recentemente, Bolsonaro tentou negar que ainda
defendesse um “controle de natalidade”.
Mas foi traído por suas próprias
palavras e afirmou que o governo deveria facilitar o acesso a cirurgias de
laqueadura e vasectomia a quem desejar. Detalhe: Bolsonaro fez essa proposta no
mês passado, ao falar em Brasília sobre saneamento básico e como melhorar a
prestação deste serviço.
Jair Ribeiro (Juquinha)
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